sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O prometido é devido!

Aqui fica o meu conto, como prometido no post feito á dias. Acho que respeitei o que era pedido. Não sei. Coisas!

"João era um jovem advogado, aparentemente, como outro qualquer. Vestia o seu fato todas as manhas, pegava na sua pasta, e ia para o escritório. Todos os dias. Uma rotina inabalável. Cumprimentava os seus colegas, conversava com eles nas horas vagas, e por vezes até combinavam um café nas noites livres de sexta. Acabado o horário de expediente, ia para sua casa. Ai começava um ciclo diferente. Fora do escritório era outra pessoa. Fechado. O desânimo morava no seu olhar. Antes a sua profissão era a sua fonte de satisfação. Até essa secou. Mantinha as aparências no trabalho. Em casa não tinha de o fazer. Ninguém lhe cobrava um sorriso. Nada. Era o seu espaço. Pousava a pasta, e estendia-se na cama, até que o estômago o fizesse levantar. Não tinha o que fazer. Ficava ali deitado, contando pelos dedos as razões para existir. Sobravam dedos. A esposa tinha-o deixado. Desde ai, toda a sua existência havia sido levada por aquela mulher.
Era novo, podia começar de novo. Mas não o queria fazer.
Hoje bebeu demais. Pegou nas chaves do carro e percorreu a cidade. A estrada, e o destino, guiaram-no até á falésia. Do alto podia-se ver o mar furioso. E tão tentador. Parou o carro e caminhou a passos largos para o que parecia ser o seu destino. Tropeçou, e rebolou pelo chão, até ficar apenas seguro pelas mãos, com o corpo prestes a mergulhar no infinito. Não se largou. Com o que lhe restava de força conseguiu subir. Ofegante, sorriu. Um sorriso genuíno. De repente tudo ficou mais claro. O destino havia-lhe dado uma nova oportunidade. E ia agarra-la com toda a força. Pela primeira vez em muito tempo estava feliz. E queria viver. Recomeçar. Foi para casa, e dormiu.
Na manha seguinte, preparou se e pegou na sua pasta. Assobiava. Olhava para as pessoas na rua e sorria. Tinha a sua 2ºoportunidade. O acontecimento da noite anterior mostrara-lhe outro caminho.
Ao passar em frente ao banco junto ao escritório ouviu tiros provenientes do interior. Não teve tempo para mais nada. Uma bala perdida, disparada pelos assaltantes atingiu fatalmente João, que imediatamente caiu ao chão sem vida."

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