sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A última tarde.

Esta foi a última tarde de férias. Apartir de agora começa a correria, o dormir pouco, os dias preenchidos até mais não. Hoje acaba a liberdade total,para dar lugar a uma "liberdadesita" parcial. Decidi dar um sentido diferente a esta tarde. E como as coisas nao andam bem para o meu lado, decidi passa-la sozinha. Há uns tempos para cá mostraram-me um sítio. Mais concretamente um parque junto a uma praia. Decidi que hoje, mais do que em qualquer outra altura, fazia sentido lá voltar. Preparei a mochila e fui. Levei folhas de papel em branco (para o caso de encontrar por lá a inspiração), o mp4, uma revista, e toda uma quantidade de coisas que tenho para resolver comigo mesma. Estas não vinham na Mochila. Não cabia.

É um sitio bonito, numa terra improvável. Tem relva, eucaliptos, e uns bancos de madeira, que algumas almas perdidas decidiram sujar. Está virado para o mar, perto da ponte Vasco da Gama.

Existe silêncio aqui. Não durante tanto tempo quanto eu gostaria, mas existe. Corre uma brisa fresca, passeando-se por entre as árvores. Longe vai a tarde quente de verão que lá passei.

Surpreendentemente não esqueci o caminho para lá voltar. Este sítio permaneceu na memória, talvez por adivinhar que um dia ia precisar dele.

Hoje vim por os pontos nos "is" comigo mesma. Pensar em tudo o que foi e já nao é. E deixei-o lá, no banco virado para o mar. Em troca trouxe o cheiro que adoro e não esqueci. Mistura de mar e eucalipto.

Aproveitei tambem para fotografar. O parque não é grande mas tem muita coisa que eu gosto. E tem silêncio. Esse nao fotografei.
Só la estava eu. A observar e a escrever.

Este é o meu jardim secreto, virado para o mar. Onde só vem quem eu quiser.

Este foi o palco da última tarde de férias.

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